segunda-feira, 3 de agosto de 2015

29 DE JULHO DE 2015


JULES E JIM (1962)

François Truffaut, depois de anos como crítico de referência nos “Cahiers du Cinema”, depois de ter passado pela curta-metragem e de se ter estreado na longa, como realizador com o belíssimo “Os 400 Golpes” (1959), a que se seguiria “Disparem sobre o Pianista” (1961), lançava-se num projecto que lhe era muito caro há já algum tempo, precisamente adaptar ao cinema um romance de um quase desconhecido na época, Henri-Pierre Roché, cujo título era “Jules et Jim”. Sabe-se agora que o romance era em grande parte autobiográfico e que o autor o escreveu já muito depois dos sessenta anos de idade. Mas a história reportava ao início do século XX, quando Henri-Pierre Roché encontra em Paris um poeta e escritor alemão, Franz Hessel. Estamos em 1906 e ambos se tornam grandes amigos. Entre os dois surge Helen, uma jovem alemã ligada igualmente à literatura, por quem ambos se apaixonam. Entretanto, surge a I Guerra Mundial, os dois amigos são separados pelo conflito, cada um de um dos lados das barricadas, e, findo o conflito, reencontram-se: Helen tinha casado com Franz, mas acabará por amar Henri-Pierre. Este recordará toda a história desta invulgar “ménage à trois” no romance e igualmente em volumes de diários de memórias. No romance, Henri-Pierre Roché chamar-se-á Jim, Franz Hessel será Jules e Helen passa a ser conhecida por Catherine.
Quando era apenas crítico, Truffaut lera o livro levado pelo título, ficara deslumbrado com a escrita e o tema, pouco habitual na época, e pensou desde logo que gostaria de dele retirar um filme. Se o romance era autobiográfico, o filme também dizia muito ao realizador, que não se sentiu com coragem para se abalançar logo por este projecto. O êxito de “Os 400 Golpes” deixou-o mais tranquilo. Falou com o escritor que aceitou de bom grado o desafio (Truffaut convidara-o a escrever os diálogos, o que não aconteceu porque entretanto Roché morreu) e, um dia, ao cruzar-se com o deslumbrante charme de Jeanne Moreau, percebeu de imediato que ela seria o terceiro vértice do triângulo. Assim foi. Escrito o argumento, de colaboração com Jean Gruault, “Jules et Jim” passa a filme e rapidamente se transforma num dos maiores ícones da “nouvelle vague” e de todo o cinema francês. Por diversas razões.
Antes de mais pelo tema que se ainda hoje pode parecer amoral, na época resultou escandaloso e funcionou seguramente como um dos elementos essenciais para consolidar em imagens a rebeldia da juventude desse tempo, a sua ânsia de ultrapassar a hipocrisia dominante, em criar novos formas de convivência, novos laços sentimentais, em libertar a sexualidade e a mulher desse revelador conservadorismo predominante.


Para atingir este desígnio, Truffaut necessitava de um estilo livre, de uma narrativa que acompanhasse as propostas do próprio texto. “Jules e Jim”, filme, é tudo isso, pela liberdade com que movimenta a câmara, com que acompanha as personagens e as envolve, pela ruptura que impõe com a escrita tradicional, pela própria natureza da adaptação literária por que opta e que se afasta muito das adaptações normalizadas do cinema de então. Curiosamente, neste aspecto, há que notar que esta adaptação, sendo muito “cinematográfica”, muito ligada à imagem e ao som, nunca deixa de ter um pendor literário, com o recurso ao texto off, com a inclusão de longos diálogos retirados do romance, com a invocação de obras literárias, com o ambiente poético de que se alimenta. O filme é um grito de liberdade que tem ecoado pelos tempos.
Creio que não se pode analisar (ou mesmo acompanhar) “Jules e Jim” de uma forma puramente racional. As incongruências iriam multiplicar-se. Não é essa a intenção dos autores. “Jules e Jim” é um manifesto poético onde se entra sem preconceitos e onde nos deixamos conduzir pelas correrias do trio pelas pontes metálicas, pelas voltas de bicicleta em paisagens bucólicas, pelas ternuras dos olhares ou pelas belas palavras de uma canção emblemática cantada por Jeanne Moreau e que para sempre ficou como símbolo desta belíssima obra de amor, dedicada ao amor e à amizade (1).
Um outro aspecto a referir é o facto de nunca em “Jules et Jim” existir um olhar moralista sobre as personagens. Claro que o final trágico pode levar a supor-se uma posição contrária ao estilo de vida das três figuras centrais, mas creio que essa não é a intenção de Truffaut. Jules, Jim e Catherine vivem uma existência que se diria marginal ao pecado. Eles são a inocência e uma certa pureza que se identifica com a natureza onde a acção decorre. Não são eles que correm para a tragédia, mas  esta que se impõe com as suas regras.  
Excelentes as interpretações, com óbvio particular destaque para Jeanne Moreau, que aqui ascendia ao pedestal das divas. O filme é, todavia, um espelho de Truffaut, dos seus temas favoritos e dos seus fantasmas, que mais tarde o irá prolongar em muitas outras obras suas, como “Duas Inglesas e o Continente”, adaptado do mesmo Henri-Pierre Roché, em “Grau de Destruição”, onde irá desenvolver uma das suas obsessões, os livros queimados pelas ditaduras, já aqui anunciados com imagens de actualidades, “O Último Metro”, que relança o tema do trio amoroso, e em tantos outros.

(1) A canção chama-se “Le Tourbillon de La Vie” e terá ajudado a criar a imortalidade do compositor Georges Delerue, um dos colaboradores regulares de Truffaut. Aqui fica o poema que ilustra bem o espírito do filme:
“Elle avait des bagues à chaque doigt, / Des tas de bracelets autour des poignets, / Et puis elle chantait avec une voix /Qui, sitôt, m'enjôla.
“Elle avait des yeux, des yeux d'opale, / Qui me fascinaient, qui me fascinaient. / Y avait l'ovale de son visage pâle / De femme fatale qui m'fut fatale {2x}.
“On s'est connus, on s'est reconnus, / On s'est perdus de vue, on s'est r'perdus d'vue / On s'est retrouvés, on s'est réchauffés, / Puis on s'est séparés.
“Chacun pour soi est reparti. / Dans l'tourbillon de la vie / Je l'ai revue un soir, hàie, hàie, hàie /Ça fait déjà un fameux bail {2x}.
“Au son des banjos je l'ai reconnue. / Ce curieux sourire qui m'avait tant plu. / Sa voix si fatale, son beau visage pâle / M'émurent plus que jamais.
“Je me suis soûlé en l'écoutant. / L'alcool fait oublier le temps. / Je me suis réveillé en sentant / Des baisers sur mon front brûlant {2x}.
“On s'est connus, on s'est reconnus. / On s'est perdus de vue, on s'est r'perdus de vue / On s'est retrouvés, on s'est séparés. / Dans le tourbillon de la vie.
“On a continué à toumer / Tous les deux enlacés / Tous les deux enlacés. / Puis on s'est réchauffés.
“Chacun pour soi est reparti. / Dans l'tourbillon de la vie. / Je l'ai revue un soir ah là là / Elle est retombée dans mes bras.
“Quand on s'est connus, / Quand on s'est reconnus, / Pourquoi se perdre de vue, / Se reperdre de vue ?
“Quand on s'est retrouvés, / Quand on s'est réchauffés, / Pourquoi se séparer ? /  Alors tous deux on est repartis
“Dans le tourbillon de la vie / On à continué à tourner / Tous les deux enlaces / Tous les deux enlaces.”

JULES E JIM
Título original: Jules et Jim
Realização: François Truffaut (França, 1962); Argumento: François Truffaut, Jean Gruault, segundo romance de Henri-Pierre Roché; Produção: Marcel Berbert, François Truffaut; Música: Georges Delerue; Fotografia (p/b): Raoul Coutard; Montagem: Claudine Bouché; Design de produção: Fred Capel; Guarda-roupa: Fred Capel; Maquilhagem: Simone Knapp, Simone Knapp; Direcção de Produção: Maurice Urbain; Assistentes de realização: Robert Bober, Florence Malraux, Georges Pellegrin; Companhias de produção: Les Films du Carrosse, Sédif Productions (as S.E.D.I.F.); Intérpretes: Jeanne Moreau (Catherine), Oskar Werner (Jules), Henri Serre (Jim), Vanna Urbino (Gilberte), Serge Rezvani (Albert), Anny Nelsen (Lucie), Sabine Haudepin (Sabine), Marie Dubois (Thérèse), Michel Subor (narrador), Danielle Bassiak, Elen Bober, Pierre Fabre, Dominique Lacarrière, Bernard Largemain, Kate Noelle, Jean-Louis Richard, Michel Varesano, Christiane Wagner, etc. Duração: 105 minutos; Distribuição em Portugal: Costa do Castelo; Classificação etária (na estreia): M/ 17 anos; (no DVD): M/ 16 anos.


JEANNE MOREAU (1928 - )
Com “Ascenseur pour l'Échafaud” (1957) e “Les Amants”, ambos de Louis Malle; com “Moderato Cantabile”, de Peter Brook; com “La Notte”, de Michelangelo Antonioni, ambos de 1960; com “Jules et Jim”, de François Truffaut; com “Eva”, de Joseph Losey; com “Le Procès”, de Orson Welles, todos de 1961, Jeanne Moreau construiu rapidamente uma carreira fulgurante no cinema, uma daquelas de que poucas actrizes europeias se podem orgulhar. Passou rapidamente para a situação de ícone de uma geração, de diva ou star, mas de uma constelação muito própria. Nunca a da inacessível “estrela”, não a de sex symbol, mas a de uma actriz de um profissionalismo e de uma cultura fora de vulgar, uma mulher de causas e de paixões. 
Jeanne Moreau nasceu a 23 de Janeiro de 1928, em  Paris, França, contando presentemente 87 anos. Filha de um barman francês e de uma bailarina britânica, teve formação no conservatório, com passagem pela Comédie-Française e pelo Teatro Nacional Popular (TNP), de Jean Vilar. O seu trabalho e sensibilidade foram desde logo notados e ressalvados. O cinema chamou-a de início para pequenos épapeis, mas sem surpresa atingiu o protagonismo. Foi dirigida por grandes diretores como Michelangelo Antonioni, François Truffaut, François Ozon, Joseph Losey, Louis Malle, Luis Buñuel, Theo Angelopoulos, Wim Wenders, Rainer Werner Fassbinder, Elia Kazan, André Téchiné, Bertrand Blier e Orson Welles, entre outros. Em 1960, recebeu o prémio de Melhor Actriz no Festival de Cannes pelo seu magnífico trabalho em “Moderato Cantabile”. 1962 é um ano marcante na sua carreira com o papel de Catherine no filme de François Truffaut “Jules et Jim”.  A canção que interpreta nesta obra abre-lhe ainda o campo para uma carreira como cantora, que se inicia com o álbum do filme, ao lado do guitarrista Serge Rezvani, a que se seguem outros com o mesmo Serge Rezvani em 1963 e 1967, “J'ai la mémoire qui flanche” e “Tout morose”. Em 1965, trabalha com Orson Welles em “Falstaff”. Welles considera-a uma das maiores actrizes de sempre. Foi este realizador que a encorajou a passar à realização, o que Moreau faz com “Lumière”, em 1976, e “L'Adolescente”, em 1979. Na televisão colabora com realizadores como Jean Renoir (“Le Petit Théâtre de Jean Renoir”), Jacques Doillon (“L'Arbre”) e Josée Dayan (“Balzac”, “Les Misérables”, “Les Parents terribles”, “Les Rois maudits”…).  Em 1998, recebe um Oscar honorário, pelo conjunto da sua obra, que lhe é entregue por Sharon Stone. Em 2005, conjuntamente com o  festival “Premiers plans”, Jeanne Moreau cria uma escola de cinema, “Les Ateliers d'Angers”.
Foi casada com Jean-Louis Richard (de 1949 a 1964), Teodoro Rubanis (1966 a 1977) e William Friedkin (de 1977 a 1979). Conhecem-se ainda relações com Tony Richardson (que trocou Vanessa Redgrave por ela), Pierre Cardin,  François Truffaut, Louis Malle, ou Raoul Lévy. Brigitte Bardot fala ainda de um affair com George Hamilton, durante a rodagem no México de “Viva Maria!”. Georges Moustaki também confessou ter recebido “os seus favores”.



Filmografia
Como actriz: 1949: Dernier Amour, de Jean Stelli; 1950: Meurtres ? (Crueldade), de Richard Pottier; Pigalle-Saint-Germain-des-Prés, de André Berthomieu; 1951: Avignon, bastion de Provence, de Jean Cuenet (Curta-metragem); L'Homme de ma vie, de Guy Lefranc; 1952: Il est minuit, Docteur Schweitzer, de André Hague; Dortoir des grandes (Dormitório de Raparigas), de Henri Decoin; 1953: Julietta (Julieta), de Marc Allégret; 1953: Touchez pas au grisbi (O Último Golpe), de Jacques Becker; 1954: La Reine Margot (Rainha Enamorada), de Jean Dréville; Secrets de alcôve (Segredos de Alcova) (episódio “Le billet de logement”), de Henri Decoin;  Les Intrigantes (Os Intrigantes), de Henri Decoin; 1955: Gas-oil de Gilles Grangier; Les Hommes en blanc (Nós os Médicos), de Ralph Habib; M'sieur La Caille, de André Pergament; 1956: Le Salaire du péché (O Preço do Pecado), de Denys de La Patellière; 1956: Jusqu'au dernier de Pierre Billon; 1957: Ascenseur pour l'échafaud (Fim-de-Semana no Ascensor), de Louis Malle; 1957: Les Louves ou Démoniaque, de Luis Saslavsky; Trois jours à vivre, de Gilles Grangier; L'Étrange Monsieur Steve, de Raymond; 1957: Échec au porteur, de Gilles Grangier; Le Dos au mur (Crime passional), de Édouard Molinaro; 1958: Les Amants (Os Amantes), de Louis Malle; 1959: Les Liaisons dangereuses (As Ligações Perigosas), de Roger Vadim; 1959: Les Quatre Cents Coups (Os Quatrocentos Golpes), de François Truffaut; 1959: Matisse où le talent du bonheur, de Marcel Ophuls (voz); 1960: Le Dialogue des Carmélites (Diálogo das Carmelitas), de Philippe Agostini e Raymond Leopold Bruckberger; Moderato cantabile (Recusa), de Peter Brook; Five Branded Women ou Jovenka e le altre (Jovanka e as Outras) de Martin Ritt; La Notte (A Noite), de Michelangelo Antonioni; 1961: Une femme est une femme (Uma Mulher é uma Mulher), de Jean-Luc Godar; Jules et Jim (Jules e Jim), de François Truffaut; Eva (Eva), de Joseph Losey; Le Procès ou The Trial (O Processo), de Orson Welles; 1963: La Baie des Anges (A Grande Pecadora), de Jacques Demy; The Victors (Os Vitoriosos) de Carl Foreman; Le Feu follet (Fogo Fátuo), de Louis Malle; 1964: Peau de banane (Casca de banana), de Marcel Ophüls; Mata Hari (Mata-Hari, Agente H-21), de Jean-Louis Richard; The Train (O Comboio) de John Frankenheimer; Le Journal de une femme de chambre (Diário de Uma Criada de Quarto), de Luis Buñuel; 1965: The Yellow Rolls-Royce (O Rolls-Royce Amarelo), de Anthony Asquith; Viva María! (Viva Maria!), de Louis Malle; 1966: Le Plus Vieux Métier du monde (A Mais Antiga Profissão do Mundo, de Philippe de Broca (episódio "Mademoiselle Mimi"); Mademoiselle (Mademoiselle), de Tony Richardson; Falstaff  ou Campanadas a media noche (As Badaladas da Meia-Noite), de Orson Welles; 1967: La mariée était en noir (A Noiva Estava de Luto),de François Truffaut; Great Catherine (Catarina, Imperatriz da Rússia), de Gordon Flemyng; Dead Reckoning - The Deep, Direction Toward death, de Orson Welles (inacabado); The Sailor from Gibraltar (O Marinheiro de Gibraltar), de Tony Ridardson; 1968: The Immortal Story (História Imortal), de Orson Welle; 1969: Monte Walsh (Monte Walsh, Um Homem Difícil de Morrer), de William A. Fraker; 1969: Le Corps de Diane, de Jean-Louis ; 1969: Le Petit Théâtre de Jean Renoir, de Jean Renoir (episódio "Quand l'amour meurt"); 1970: Alex in Wonderland (Alex no País das Maravilhas), de Paul Mazursky; Os Herdeiros (Os Herdeiros), de Carlos Diegues; Henri Langlois, de Roberto Guerra e Elia Hershon (curta-metragem); 1971: Comptes à rebours (O Doce Sabor da Vingança), de Roger Pigaut; The Other Side of the Wind , de Orson Welles (Inacabado); Côté cours, côté champs, de Guy Gilles (curta-metragem); 1972: Chère Louise (Amor Ilícito), de Philippe de Broca; L'Humeur vagabonde (Humor vagabundo), de Édouard Luntz; Absences répétées, de Guy Gilles; 1973: Joanna Francesa, de Carlos Diegues; Je t'aime, de Pierre Duceppe; Nathalie Granger, de Marguerite Duras; 1974: Les Valseuses (As Bailarinas), de Bertrand Blier; La chevauchée sur le lac de Constance (TV); La Race des seigneurs, de Pierre Granier-Deferre; Une légende, une vie: Citizen Welles, de Maurice Frydland (documentário); 1975: Le Jardin qui basculhe, de Guy Gilles; Hu-Man, de Jérôme Laperrousaz; Souvenirs de en France, de André Téchiné; Jean Genet, saint, martyr et poète, de Guy Gilles (TV); 1976: Lumière, de Jeanne Moreau; The Last Tycoon (O Grande Magnate), de Elia Kazan; Chroniques de France: Jeanne Moreau, de Renaud de Dancourt (documentário); Mr. Klein (Mr. Klein - Um Homem na Sombra), de Joseph Losey; 1980: Chansons souvenir, de Robert Salis (curta-metragem); 1981: AuYour ticket is not longer valid (O Fim da Viagem), de George Kaczender; Plein sud, de Luc Béraud; 1982: Mille milliards de dollars (O Poder do Dinheiro), de Henri Verneuil; La Truite (Uma Estranha Mulher), de Joseph Losey; Querelle - Ein Pakt mit dem Teufel (Querelle - Um Pacto com o diabo), de Rainer Werner Fassbinder; L'Arbre (TV); Der Bauer von Babylon, de Dieter Schidor (curta-metragem); 1983: A Salute to Lillian Gish, de Jeanne Moreau Jean-Louis Barrault, un homme de théâtre, de Muriel Balasch (documentário); Parade of Stars (TV); L'intoxe, de Guy Seligman (TV); L'Arbre, de Jacques Doillon: Camille (TV); Huis clos (BBC1); 1985: François Simon, la présence, de Ana Simon e Louis Mouchet (documentário); Vicious Circle, de de Kenneth Ives (TV); Vivement Truffaut, de Claude de Givray (documentário); 1986: Sauve-toi, Lola, de Michel Drach; Le Paltoquet, de Michel Deville; Shades of Darkness (TV) - Agatha Christie's The Last Seance, de June Wyndhazm-Davies (TV); Le tiroir secret, de Nadine Trintignant (TV) - La saisie; 1987: Le Miraculé (Seguro de Milagre), de Jean-Pierre Mocky; Remake, de Ansano Giannarelli; 1988: La Nuit de l'océan de Antoine Perset; 1989: Jour après jour de Alain Attal; Orson Welles, stories from a life in film, de Leslie Megahey (documentário); 1988: Hôtel Terminus (Klaus Barbie, His Life and Time), de Marcel Ophuls (voz); 1990: Nikita (Nikita - Dura de Matar  ), de Luc Besson; Alberto Express, de Arthur Joffé; L'ami Giono: Ennemonde - Ami Giono, de Claude Santelli (TV); La Femme fardée, de José Pinheiro; 1991: L'Amant (O Amante),  de Jean-Jacques Annaud; La Vieille qui marchait dans la mer, de Laurent Heynemann; Bis an Ende der Welt (Até ao Fim do Mundo), de Wim Wenders; To meteoro vima tou pelargou (O Passo Suspenso da Cegonha), de Theo Angelopoulos; Anna Karamazoff, de Roustam Khamdamov; The Full Wax (TV); 1992: Map of the Human Heart (Sem Fronteiras), de Vincent Ward; À demain, de Didier Martiny; Die Abwesenheit (A Ausência), de Peter Handke; Les Arpenteurs de Montmartre, de Boris Eustache; La nuit de l'océan, de Antoine Perset; Le Temps et la chambre, de Patrice Chéreau (TV); L'Architecture du chaos, de Peter Cohen (voz); 1993: Je m'appelle Victor, de Guy Jacques; A Foreign Field, de Charles Sturridge; The Summer House, de Waris Hussein; François Truffaut, portraits volés, de Serge Toubiana e Michel Pascal (documentário); Screen Two (TV) - The Clothes in the Wardrobe; Screen One (TV Series) - A Foreign Field; It's All True, de Richard Wilson, Myron Meisel, Bill Krohn (voz); 1995: Les Cent et Une Nuits de Simon Cinéma, de Agnès Varda; Al di la delle nuvole (Para Além das Nuvens), de Michelangelo Antonioni e Wim Wenders; Belle Époque, de Gavin Millar (TV); Faire un film, pour moi c'est vivre, de Erica Antonioni; I Love You, I Love You Not (Viver Sem Medo), de Billy Hopkins; L'Univers de Jacques Demy, de Agnès Varda (documentário); Katharina die Große, de Marvin J. Chomsky e John Goldsmith (TV); 1997: The proprietor (A Proprietária), de Ismail Merchant; Un amour de sorcière, de René Manzor; Ever after (Para Sempre Cinderela), de Andy Tennant; Ruby de Peter Orton (TV);1999: Balzac, de Josée Dayan (TV); 2000: Lisa, de Pierre Grimblat; Il manoscrito del principe, de Roberto Andò; Fassbinder woman - Fur mich gab's nur noch Fassbinder, de Rosa von Praunheim (documentário); 2001: Zaïde, un petit air de vengeance, de Josée Dayan (TV); 2002: Cet amour-là (Aquele Amor), de Josée Dayan; Les Miserables (Os Miseráveis), de Josée Dayan (TV); The Will to Resist de James Newton; 2002: La Petite Prairie aux bouleaux, de Marceline Loridan; 2002: Les 13 vies du chat Lelouch, de Isabelle Clarke (documentário); 2003: Les parents terribles, de Josée Dayan (TV); 2004: Akoibon, de Édouard Baer; 2005: Le Temps qui reste (O Tempo que Resta), de François Ozon; 2005: Go West, de Ahmed Imamovic; Otograph (curta-metragem); 2005 Les rois maudits, de Josée Dayan (TV);  2006: Sortie de clown, de Nabil Ben Yadir (curta-metragem); Roméo et Juliette de Yves Desgagnés; La contessa di Castiglione, de Josée Dayan (TV); 2007: Chacun son cinema (Cada Um o Seu Cinema): episódio Trois minutes, de Théo Angelopoulos; Désengagement (A Retirada), de Amos Gitai; 2008: Collection Fred Vargas (TV) - Sous les vents de Neptune, de Josée Dayan (TV); Everywhere at Once, de Holly Fisher, Peter Lindbergh; Château en Suède, de Josée Dayan (TV); 2009: Plus tard tu comprendras, de Amos Gitai; Visages, de Tsai Ming-liang; Kérity, la maison des contes, de Dominique Monfery (voz); La guerre des fils de la lumière contre les fils des ténèbres,  de Amos Gitai; Carmel, de Amos Gitai (voz); 2011: La mauvaise reencontre, de Josée Dayan (TV); Bouquet final, de Josée Dayan (TV); 2012: Gebo et l'ombre (O Gebo e a sombra), de Manoel de Oliveira; Une Estonienne à Parism de Ilmar Raag; Al Alamayn (curta-metragem); 2013: Le tourbillon de Jeanne (TV); La Collection Jeanne Moreau (5 curtas metragens para o Canal+) de Sandrine Veysset; 2015: Le Talent de mes amis, de Alex Lutz; 10% (TV).
Como realizadora: 1976: Lumière; 1979: L'Adolescente. 

Prémios: Oscar, 1998: Oscar de honra; Festival de Cannes, 1960: Melhor Actriz, em Moderato cantabile; César, 1987: nomeação por Le Paltoquet, e 1988, nomeação por Le Miraculé; 1992, César de Melhor Actriz por La vieille qui marchait dans la mer; 1995, César de honra; Prémio Molière (teatro); 1987, nomeação por Zerline; 1988: Melhor Actriz por Zerline. 

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